A Anhuma e seu grito de alarme
[...]. Para garantir a sobrevivência desses belos espécimes da fauna, criou a natureza uma preciosa atalaia: a "Anhuma" que desempenha este papel com grande critério. Empoleirada numa das mais altas encipoadas copas de árvore, ela descortina o horizonte e devassa o curso do rio. Quando uma canoa ou ubá se aproxima pelo último ou quando alguém sorrateiramente emerge de uma mata para negacear a caça que, descuidada, se nutre, esta guarôa, correligionária do "Curupira", solta o seu estridente grito de alarme. "Tân-gente", e, no mesmo instante, podem-se ver todos os animais, atentos, largando em fuga. Patos, marrecos, macacos, arancuans, jacutingas, veados, capivaras, antas, onças e tudo que ali vive, obedece a este sinal. Até o teimoso jacaré levanta a cabeça, pisca os olhos e deixa-se escorregar mansamente para a água, onde submerge. Quando a segurança é geral, a "Anhuma", piedosa abre as longas asas, dotadas de esporões, e desliza