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Mostrando postagens de abril, 2020

A frequência de Quaruba (Vochysia sp.)

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"Chama-nos pouco depois a atenção a abundância de maçaranduba (balatas) e ausência de castanheiras; muito inajá, frequência de quaruba ( Vochysia sp.) e jutaí pororoca ( Hymenaea parviflora ), grande árvore cuja seiva não se aproveita, disse-me o Ricardo, por ser azeda. Disse-me o General que ontem foi ouvido pela primeira vez o canto do bacurau coriango, peculiar às matas de transição para os cerrados ou para os campos; o casal de bacuraus diz distintamente: João corta pau! Maria faz angu! FONTE: SAMPAIO, A. J. de. A flora do rio Cuminá. Archivos do Museu Nacional,  Rio de Janeiro, v. 35, p. 95, 1933. Vochysia sp. Martius, C. P. F. von. Nova genera et species plantarum Brasiliensium . Plates. v. 1, t. 90. www.plantillustrations.org 

Observando as aves nas florestas pluviais

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Os sons de uma floresta pluvial confundem quem nela penetra; o ambiente é pouco iluminado, pois as densas copas deixam penetrar pouca luz solar, e os animais que a habitam dependem muito da voz para se comunicarem. Esta limitação atinge também o homem, cuja vista não o ajuda muito na mata cerrada. O mais prático, para o observador de aves, é penetrar na floresta por sendas ou procurar clareiras, o que já é bastante para encontrar várias espécies. A primeira impressão é de que a floresta não tem aves; o observador deve escolher uma boa posição e se conservar quieto algum tempo; então, as aves começam a aparecer. As aves que procuram alimento ou transitam nas partes mais altas das árvores são muitas vezes, de colorido garrido por baixo, e uniformes, geralmente verdes, por cima. Este esquema as protege dos predadores de baixo, pois as suas manchas de cor casam-se com os reflexos e lampejos da luz solar entre as folhas, e dos predadores alados, como a Harpia e os Gaviões, que olhando d

Um enorme bando de papagaios

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"Acordei ao clarear do dia com uma brisa fria e constante. De madrugada, levantei-me para enrolar nos pés a rede de coletar insetos e vestir uma camisa mais quente. Estava sentindo de modo acentuado a diferença de temperatura de Manaus para cima, sobretudo navegando com o vento do rio batendo de cheio na rede. Nesse momento, precisamente 5 horas da manhã vi inúmeros bacuraus brancos ( Chordeiles rupestres (Spix, 1825), apanhando insetos sobre o rio. Mais tarde um pouco, às 6:30, quatro araras vermelhas e um enorme bando de papagaios ( Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) pousados nas árvores de braço de terra que avançava sobre o rio. Eram mais de mil, estando ali provavelmente para se alimentarem. Conforme pude observar no Alto Xingu, é esse também um local de pouso, para onde convergem diariamente centenas desses pássaros. Seu alarido e suas curtas revoadas chamaram a atenção de todos os tripulantes. Assestando o binóculo nos mais próximos da margem pude verificar serem da es

Uma variedade de orquídeas

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"A mata, neste trecho do manso de Tapeuá, é muito bonita, verde escura, com uma ou outra árvore verde claro ou verde cinza. Aqui e acolá, sobressaem troncos grossos ou finos, de coloração brancacenta ou enleados de cipós, e a mata não tem aquela regularidade impressionante de altura que observei no Rio Negro ou no Juruá. Na beira do rio, as latadas de cipós caem por sobre a água ou enlaçam-se nas árvores marginais, formando verdadeira parede verde, na qual são bem evidentes os sinais deixados pela enchente máxima do ano. Nas grandes árvores, nos paus caídos nas grotas sombrias e próximo a água, nota-se um grande número e variedade considerável de orquídeas". CARVALHO, José Cândido de Melo. Notas de viagem ao rio Paru de Leste. Publicações Avulsas do Museu Nacional . Rio de Janeiro, n. 14, p. 32, 1955. Cattleya superba splendens . Orchid Album , 1882 Nativa do Brasil, região do Rio Negro - Amazônia. www.biodiversitylibrary.org

As aves do Marajó II

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"O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo quanto à quantidade de espécies de aves que habitam seu território, sendo a Amazônia a região mais rica. Em Marajó, cuja ornitologia é bem variada, como em todo o Baixo-Amazonas, encontramos com maior frequência: galináceas, como as picotas, o galo-do-Pará, o galo da campina, perto dos lugares povoados; os pernaltas, como o frango-d´água, a garça, o maguari, o cauauá, o tuiuiú, nas margens do rios e lagos; as palmípedes, como o pato, a marreca, caça muito procurada em Marajó. Dos barulhentos trepadores, destacam-se: o papagaio, a arara e o periquito; das aves de rapina, o gavião. Características do anfiteatro amazônico são algumas aves típicas como o uirapuru que, possuidor de voz inebriante, entra no folclore da gente da planície. O téu-téu (ou quero-quero), de nome onomatopaico. A saracura que emite como que pancadas regulares ora surdas ora sonoras. A cigana, talvez uma transição entre o réptil e a ave, tem garras em suas asas, su