Uma pitoresca cena nos furos dos rios da Amazônia

        Deixando para trás o gigantesco rio Amazonas, o pequeno veleiro penetrava agora naquele estreito braço que conduziria até o rio Gurupatuba, onde se fazia sempre a completa ausência do vento;  e a mansuetude daquele lindo estirão embevecia o solitário pescador, induzindo-o sonhar com um mundo melhor. Olhava para as margens, tão perto uma da outra, e lembrava-se da destreza com que os pilotos dos navios conseguiam por ali passar até atingir o rio das muitas canoas, nome que os índios haviam denominado no passado. Apreciava sorrindo, o susto que os ananís, garças e piaçocas tomavam quando, silenciosamente, a canoa se aproximava das pequenas enseadas dos mururezais e capinzais encostados nas margens. Elas voavam cantando para outro lado, novamente à procura de novos cardumes de peixes miúdos e camarões. [...].

FONTE:

FRIAES, Pinon. O extermínio do peixe-boi. 2. ed. [s.n.]. 1997. p. 37.  


Patos e Marrecas
Álbum de Aves Amazônicas  -  1900-1906.
Ilustração de Ernst Lohse (1873-1930).


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