Legiões de saíras, tangarás, e tiês nas árvores altas ao longo dos igarapés e riachos

A planície que a seguir se estende da praia às primeiras elevações do solo, são, de ordinário, arenosas e despidas, ou semeadas de grupos de cactáceas, que afetam múltiplas formas: globosas, em colunas, em candelabros ou reunidas em florestas eriçadas de espinhos acerados. Aí se encontram as peruinhas e pequenas espécies de pombas.

Algumas aves de rapina, de caráter cruel e selvagem, pairam a procura de vítimas ou arrostam o ardor do sol, empoleiradas, imóveis sobre os arbustos pouco abundantes destas regiões, a que os naturais chamam restingas.

Esta aridez, entretanto, desaparece nas vizinhanças dos riachos e dos lagos por eles alimentados onde crescem bambus e taludes de verdura.

Mirtáceas, eugenias, tamarineiros e laranjeiras aí crescem com vigor; as árvores mais altas, que se sobrepõem a essas, abrigam legiões de tangarás, de saíras e tiês de cores vivas e brilhantes, mas cujas vozes raramente são melodiosas. [...].

FONTE:

DESCOURTILZ, Theodore. História natural das aves do Brasil (ornitologia brasileira) notáveis por sua plumagem, canto e hábitos. 2. ed.  Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1983. p. 18-19.; il. (Coleção Vis Mea in Labore).


Saíras
Descourtilz, J. Th. Oiseaux brillans du Brésil, 1834.
www.biodiversitylibrary.org


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