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Mostrando postagens de outubro, 2025

Viajantes: Uma boa dúzia de beija-flores rutilantes

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Emílio A. Goeldi (1859-1917), naturalista suíço, que no final do século XIX, iniciou sua trajetória percorrendo à Amazônia paraense em missões científicas marcantes como diretor do então Museu Paraense - hoje - Museu Paraense Emílio Goeldi, comenta, no artigo Maravilhas da Natureza na Ilha de Marajó (Rio Amazonas) publicado no Boletim do Museu Paraense de História Natural e Ethnographia, t. 3, fasc. 1-4, p. 382, 1902,  suas observações sobre os beija-flores:             Apenas alguns passos fora da varanda do rancho eis-nos em pleno campo aberto, em chão de areia movediça, ao pé de duas árvores que a continuidade do vento torceu e inclinou. Uma é um cajueiro de flores vermelhas e outra uma morcegueira (Andira) revestida de corimbos roxos. Murmura-nos aos ouvidos o zumbir de uma nuvem de insetos, e uma boa dúzia de beija-flores rutilantes ajuda a animar o quadro, rápidos como flechas, ora pairando por momentos ante os cachos floridos. São de vária...

Literatura: O aristocrático "baile branco" das garças

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Alfredo Ladislau em Terra imatura . 2. ed. 1925. p. 58-59, comenta:          No meio, porém, desses verdadeiros festins das aves aquáticas da Amazônia, destaca-se o aristocrático "baile branco" das garças, na apropriada e sugestiva expressão de Alberto Rangel. Pousam aos grupos sobre as raras árvores desfolhadas, branqueando-as de nevados flocos, e quando baixam sobre o feltro macio das gramas, enroupadas nas plumagens alvíssimas, dão-nos a ideia de um bando de virgens que viessem todas as manhãs, para a comunhão da luz, na missa do dia.   Álbum de aves amazônicas 1900-1906 Desenho de Ernst Lohse (1873-1930)

Viajantes: O canto do Acauã sob o luar

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Helmut Sick comenta em Tukani: entre os animais e os índios do Brasil Central. 1997. p. 42, seu encontro com o Acauã, numa noite de luar:          A  lua estava cor de laranja e havia uma forte bruma, mas o luar, mesmo assim, era deslumbrante. Diante dos ranchos abria-se um largo cuidadosamente limpo que se estendia para o sul até nosso pequeno campo de pouso, cujo final mergulhava na escuridão. Ainda dava para localizar o Cruzeiro do Sul, que se inclinava sobre o horizonte para sumir na imensidão do cerrado. Vinha de lá, em estrofes cheias de ritmo, o canto do acauã (Herpetotheres cachinans). Dois exemplares dessa ave de rapina, amante da penumbra e, segundo dizem, grande destruidora de répteis venenosos, corresponderam-se por vários minutos com um dueto indecifrável Acauã ( Herpetotheres cachinans ) ELETRONORTE. Brasil 500 pássaros . 2000. Desenho de Antônio Martins .  

Um Blog sobre a Amazônia

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Descubra os relatos, memórias e encantos da natureza amazônica registrados há séculos em diários e publicações de naturalistas e viajantes. Visite: olimpiareisresque.blogspot.com, um Blog sobre a natureza amazônica. Diário de campo de Henry Walter Bates Copaíba . Copaifera langsdorffii

Almanaque de curiosidades amazônicas: As aves e o tempo

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O Jornalista Eurico Santos (1883-1968) relata em seu livro Histórias, lendas e folclore de nossos bichos. 1957,  informações curiosas sobre a relação que as aves têm com o tempo:        Há, a propósito das aves, observações curiosas.    Em  matéria de medir o tempo e  saber seguramente a hora, já que não é possível telefonar para o Observatório Astronômico, o povo do interior apela para o inhambu-relógio que canta a horas certas. [...].    O Mutumporanga, a exemplo do galo, canta à noite, precisamente à meia-noite, dizem uns, e há quem afirme que eleva o canto no momento exato em que a constelação do Cruzeiro do Sul atinge o seu ponto culminante.    Em matéria de astronomia, quer o povo que as aves estejam muito bem informadas.    Na Amazônia, dizem que nos primeiros dias, quando Ceuci, ou sejam as Pleiades, ao anoitecer, está quase na linha do horizonte os pássaros dormem nos poleiros mais altos.    ...