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Mostrando postagens de abril, 2025

Orquídeas: as "filhas do espaço"

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          Eu ia afinal atingindo as matas virgens por que  tanto suspirara; veria a essa natureza quase desconhecida dos outros homens, onde nunca o machado trabalhara. Tinha a impressão de ser o espectador de uma nova existência, de um outro mundo. Minha tendência de esmerilar o lado cômico do que até então me fora dado ver transformava-se numa inclinação para os pensamentos sérios, para um recolhimento meio religioso. Cada remada que me ia tornando mais perto dessas florestas grandiosas apagava um pouco as recordações do passado. Estreitava-se sensivelmente o rio como querendo juntar as duas margens, desapareciam os mangues, a água doce substituía a salgada; plantas aquáticas encobriam as praias; agora, árvores frondosas e gigantescas, cobertas de parasitas em flor, dessas orquídeas tão bem denominadas de filhas do espaço, pois vivem sem ter raízes, sem saberem bem por que, e como o acaso ali as colocou.  FONTE: BIARD, Auguste François. Dois ano...

As aves em atividades nas fruteiras silvestres

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               Todas as aves estavam em atividade e das fruteiras silvestres próximas ouvíamos frequentemente o grito estrídulo dos tucanos ( Rhamphastos vitelinus ). Quase todas as manhãs passavam, voando muito alto, pequenos bandos de papagaios, destacando-se no céu azul, sempre aos pares, a palrar, separados uns dos outros por intervalos regulares. Na altura em que iam não era possível apreciar-lhes o brilhante colorido. Depois do almoço dedicávamos o tempo, das 10 da manhã às três da tarde, à entomologia, pois o melhor tempo para os insetos na mata é um pouco antes da canícula. FONTE:  BATES, Henry Walter. O naturalista no rio Amazonas . São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944. v. 1. p. 94. (Biblioteca Pedagógica Brasileira. Série 5a. Brasiliana, v. 237). Tucano J. Th. Descourtilz.  Pageantry of brazilian birds in their natural surrooundings . Amsterdam; Rio de Janeiro Colibris Ed. 1960.

As flores do Ingá

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          Dos ramos mais altos até rente à água, descem fitas de trepadeiras de folhagens as mais diversas e as mais ornamentais que se possa imaginar. Os convolvulos e outras trepadeiras utilizam as lianas delgadas e as raízes aéreas como escadas para subir por elas. De vez em quando aparece uma Mimosa ou outra árvore de folha recortada, e densas massas de ingazeiras chegam até a margem, com suas longas vagens pendentes dos ramos, de colorido e aspecto diversos, segundo as espécies, algumas tendo mais de uma jarda de comprimento. [...]. Há também algumas flores salpingomorfas amarelas e violetas (Bignoniaceas). As flores dos ingás, embora não sejam vistosas são de delicada beleza.  FONTE: BATES, Henry Walter. O naturalista no rio Amazonas . São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944. v. 1. p. 257-258. (Série 5a. Brasiliana, v. 237 ). Inga insignis Kunth, K. S. Mimosas et autre plantes legumineuses du noveau continent. t. 13. 1819-1824. www. plantillu...