Peculiaridades da floresta equatorial


"[...]. Nas clareiras, onde os baluartes de verdura se delineiam, surpreendemo-nos ao notar muitas peculiaridades da floresta equatorial. Os esguios troncos das madeiras de lei plantam-se no solo como mastros: as árvores de madeiras mais leves têm gigantescas raízes fabulares que se elevam de dois a três metros acima da superfície do solo. As paredes das chanfraduras seriam capazes de abrigar uma companhia de soldados; essas raízes, aqui, como na África, podem ser, facilmente, convertidas em pranchas, e os índios, segundo nos ensina um velho missionário, usavam-nas como gongo, para chamar os extraviados, martelando-os com machadinhas. Os troncos ficam brancos de estiolamento, avermelhados com os líquens e musgos ou manchados de uma vegetação de um carmim resplendente. Levantam-se como uma paliçada contra o fundo de sombras e muitos deles são tão altos que, embora a seta do índio alcance o seu tope, o tiro de uma espingarda de caça não o conseguirá. Esses troncos avançam, sem galhos, antes de se espalharem, o mais alto possível, o que é melhor para a luta pela vida, privando seus vizinhos mais fracos dos bons raios solares, do ar, da luz e do calor. [...]". Richard Burton (1821-1890). Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. 2001, p. 358.
 
 
 
Árvore  e sapopemas.
Franz Keller-Leuzinger.
Voyage d´exploration sur l´Amazone et le madeira. 1874.


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